Projeto dos Seguidores: Chevette L Silver Line Turbo

Hoje vamos conhecer um projeto bem bacana que usa como base um dos raros exemplares do Chevette L Silver Line de 1984. Veremos primeiro algumas fotos do veículo de quando foi comprado, ainda quase todo original:

O Yago Prando, proprietário, é filho de um ex-engenheiro da GM (Paulo Prando, que trabalhou 20 anos na Engenharia Experimental) e também sobrinho de Roberto Prando, que possui oficina mecânica a mais de 30 anos, onde 70% do projeto foi montado. Em 2017, quando tinha 12 anos de idade, ele e seu pai adquiriram este exemplar do Chevette L Silver Line 1984. O intuito principal era que o seu pai e o seu tio ensinassem como funcionava cada parte de um carro, já que ele sempre teve fascinação nessa área, principalmente se tratando da linha Chevrolet dos anos 70, 80 e 90. Sobre as modificações do projeto, a ideia não era ser um projeto focado na performance, mas sim em trazer modernizações em segurança, e conforto aos moldes de um carro atual, se comparando, por exemplo, a um Chevrolet Onix.

Primeira semana com o carro, corrigindo alguns problemas ocasionados por desgaste do tempo.

O veículo foi comprado com apenas 84.000km rodados originais, o que é bem pouco para sua idade e justifica sua placa preta e seu estado de conservação impecável. Apenas os retrovisores não eram os originais, sendo dos modelos 86 em diante. O carro integrava uma pequena coleção particular no interior de São Paulo.

Primeira modificação, bancos em couro no lugar dos de tecido Portinari originais do Silver Line.

Parte estética

O mesmo foi pintado em sua cor correta, Prata Andino, foi feita a pintura e a colocação dos frisos ao redor do vidro, como nas versões SL, tendo também o seu interior pintado de preto. O interior ainda recebeu um volante do Corsa revestido em couro e o painel da marca ODG

As rodas originais de 13 polegadas fora substituídas por rodas da marca Scorro, a mesma marca que o Misto-Quente de rally utilizava, modelo S237, calçadas com pneus Toyo Tires de 195/65 R15. 

Um par de projetores universal foram colocadas nos faróis, devido a péssima iluminação que os conjuntos originais proporciona, os projetores foram adaptados nas carcaças dos faróis originais.

Amortecedores de capo foram adaptados, utilizamos amortecedores da tampa traseira do Fox.

Frisos em volta do vidro e pintura preta igual nas versões SL.

Itens de conforto

O carro possui bancos em couro, vidros elétricos, travas elétricas, espelhos retrovisores elétricos, onde foram adaptados os mecanismos internos dos espelhos da GM Meriva. Além disso o carro possui direção hidráulica com a adaptação do cilindro e do bloco de válvulas da Citroen Xsara e Ar condicionado integrado às saídas de ar originais do painel, eliminando o famoso "gela saco". Toda a adaptação do evaporador foi realizada na caixa de ar de ventilação forçada original do Chevette L, porém foi necessário transformar a captação de ar para apenas interna. 

Começando as maldades, motor fora do lugar.

Mecânica

O carro possui a famosa e campeã receita conhecida como misto-quente. A parte de baixo permanece original, trocando apenas para pistões de Monza 1.8 Fase II à gasolina usinados, gerando 1710 cilindradas, e passando a taxa de compressão para 10,0:1. Já o cabeçote escolhido foi o Família II roletado, que equipou carros como Astra, Zafira, Vectra e S10 de 2009 a 2013, recebeu o trabalho de polimento de dutos de admissão e escape, um escapamento 4x1 concebido pela Garagem Macena. O coletor de admissão foi o original de plástico que possui um ótimo fluxo de ar, em conjunto o mesmo trabalha com uma Tbi de 60mm e atuador de marcha lenta PWM, sendo esse conjunto original do Omega 2.0. Ainda, o carro possui polia regulável e bicos injetores de 28lbs/h que são gerenciados por uma Fueltech FT450.

Foram extraídos em dinamômetro, 95,40wHp à 5993rpm e 14,19Kgfm à 3257rpm nas rodas, em um acerto realizado em conjunto com o Tuned By Dellilo.

Primeira vez do motor no lugar. Na época o motor utilizava o bloco de Chevette original, pistão do Monza 1.8 fase 2, passando o motor para 1710cc, cabeçote dos Astra 2011 roletado, com polimento nos dutos de admissão, a taxa de compressão ficava em 10,0:1, coletor era o de plástico original do motor Família 2 roletado. A TBI era de 50mm da Meriva 1.8 e a polia do comando de válvulas era original do OHC. essa foi a primeira montagem realizada no motor, o carro também possui bobinas individuais do Honda Civic e injetores de 28 lbs/h, tudo gerenciado por uma Injepro Efi-Light. Essa é a famosa preparação Misto Quente que foi campeã de rally em 1984, mesmo ano desse carro, que chegou a correr no campeonato de marcas com o Ingo Hoffman.

Chevette Misto-Quente, campeão de rally em 1984

Itens de segurança e suspensão

O carro possui freio a disco nas quatro rodas, na frente utilizamos o conjunto dianteiro do Astra 280mm e na traseira o disco de freio é o dianteiro do Renault Twingo e a pinça traseira do Fiat Tempra.

A suspensão permanece toda original, porem já utilizamos as molas dianteiras do Chevette com ar-condicionado, mas eram muito fortes fazendo o carro pular em todos os buracos.

Nos bancos traseiros foram instalados um par de cintos de 3 pontos.

Direção hidráulica, adaptado o cabeçote da direção hidráulica e o pistão externo da Xsara.

Pintura nova, agora com o tom e pigmentação original. Novas rodas Scorro modelo S237, foram colocadas contra gosto, pois queria permanecer com as rodas originais, mas infelizmente com a mecânica nova e a direção hidráulica o carro acabou ficando muito instável e sem um freio apropriado, portanto foram colocados junto ao conjunto das rodas pneus 195/65 R15. Na dianteira utilizamos o conjunto de pinça e disco do Astra 4 furos e na traseira os discos são os dianteiros do Twingo e as pinças de Fiat Tempra. 

Galeria de Fotos

Curtiu essa matéria? Comente o que você achou e não esqueça de nos seguir no Instagram: @TocaDoChevette