Chevette "Misto Quente" - Campeão nos Rallys
Sem dúvidas o Chevette é um carro que teve seu potencial bastante explorado e assim tem sido até hoje. Desde trocas de motores com outros modelos GM de maior litragem, motores menores modernos e até uma mistura de peças a qual se deu o nome de "Misto Quente". Essa preparação chegou a ser campeã no rally em 1984, com a equipe Touring, cujo piloto era nada mais nada menos que Sady Bordin Filho (que tem inúmeras vitórias em campeonatos de Rally no Brasil e mundo afora. Então senta aí, pega seu giclê mais furado e bora acompanhar essa história.
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| Além do desempenho absurdo do motor, muito estilo também |
Focando na parte mecânica, vamos falar sobre todos os detalhes dessa preparação. A princípio, o nome "Misto Quente" foi pelo motor usar peças de mais de um modelo de carro, seria equivalente ao termo "salada de fruta". A origem do nome "Misto Quente", por sua vez, se deu por causa de antigas modificações em caminhões Chevrolet que originalmente usavam motores 6 cilindros à gasolina e tiveram cabeçotes de Mercedes Benz adaptados para fazer uma conversão para Diesel. Ou seja, era uma "mistura quente".
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| Chevette pilotado por Sady Bordin - 1984 |
O Misto Quente do Chevette era nada mais nada menos do que a adaptação de um cabeçote do motor Família II do Monza no bloco original do Chevette, mas que hoje também pode ser feito com qualquer cabeçote de motor Família II, como do Vectra ou até o do Astra, como na matéria já postada anteriormente do Chevette do Yago (clique aqui para ler)
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| Misto Quente carburado, a receita original |
Pra iniciar a adaptação, você vai precisar de algumas peças já em mãos e outras que serão necessárias fazer ou adaptar. O Cabeçote do Monza casa perfeitamente com a furação do cabeçote do Chevette, sendo necessário apenas selar algumas galerias de óleo e fazer a lubrificação do cabeçote vinda por fora, pois alguns dutos originais do bloco do Chevette coincidem com dutos de óleo do cabeçote do Monza.
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| Propaganda do Chevette L Silverline 1984 |
A Polia do comando de válvulas tambem precisa de atenção. Você não vai poder usar a do Monza, nem do Astra, etc... Deve ser utilizada a do Chevette, porém ela precisa de um embuchamento no encaixe com o comando, pois o lugar onde o comando encaixa na polia do Chevette é maior do que nas dos motores Família II. Então pra corrigir essa folga que teria, você leva a sua polia do comando do Chevette para uma retífica e pede pra ser feito o embuchamento, é bom levar a polia do família II para que seja medido por ela e feito nas mesmas condições.
Ambos os cabeçotes são de fluxo cruzado, porém o sentido dos dois é diferente. No Chevette ele vai da esquerda do bloco para a direita, e no Monza, da direita para a esquerda. Dessa forma, você vai precisar comprar um coletor de escape de Monza e adaptar sua linha de escapamento para o lado esquerdo do carro, ou fazer um desvio abaixo e usar o restante do escapamento na posição original.
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| Misto Quente com cabeçote de Vectra 2.0 e injetado |
Além dessas principais modificações, existem outras pequenas adaptações e possíveis melhorias que podem ser feitas e que vão aumentar ainda mais o desempenho final do carro. A receita original de época, chegava a incríveis 125cv e chegava aos 8000 rpm. Hoje com peças de qualidade superior e mais estudos, pode se chegar tranquilamente aos 180cv, usando cabeçotes mais modernos de 16V, aumentar a cilindrada para 1.7 com pistões de Monza ou de Falcon 400cc (Vamos falar em breve sobre essa receita de preparação), bomba de combustível elétrica, e usando uma injeção eletrônica, pode até se chegar aos 200cv com um acerto muito bem feito.
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| Ingo Hoffmann, no Marcas e Pilotos - 1984 |
A prova real de que o Misto Quente realmente era diferenciado, foi que em 1984, com essa preparação, a Equipe Touring da General Motors conseguiu 1º e o 2º lugares no Campeonato Brasileiro de Rali, com Sady Bordin no volante e Tuca Cunha (in memoriam) como navegador, e Cézar Villela no volante com José Baranowski de navegador. Além disso, o Chevette Misto Quente também foi destaque no Campeonato de Marcas e Pilotos nas mãos de Ingo Hoffmann.
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